sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sessão 9 - Eu sou feliz assim.

Por mais que eu sorria e faça piadas, volta e meia, a palavra melancolia é associada a mim. Chega a ser engraçado, acho que quase todos os meus amigos já me disseram isso, por definição, melancolia é uma tristeza profunda e duradoura... Eu sou assim? Triste? Segundo alguns amigos meus é porque todo escritor é meio melancólico, mas eu sou apenas uma aspirante. Será, então, que eu sou uma aspirante a melancolia? 

Tão boba... Tão boba... 

Eu não sou triste, não sou não. 

Mas eu já fui... 

Devem ser os vestígios, dizem que a tristeza marca uma pessoa para sempre, talvez seja isso, eu serei sempre um pouquinho de tristeza. Mas isso não quer dizer que eu seja triste. Eu sou feliz, muito, muito feliz. Sério, eu sou sim. 

Mas acho que esse desespero em provar felicidade pode estar me entregando... 

Não que eu me importe... Acho que aprendi a ser feliz assim. Ah, me deixa!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Sessão 8 - Eu quero ser professora.

Quando eu escolhi fazer um curso de licenciatura (e sim, eu escolhi fazer um curso de licenciatura, não foi a minha última opção), o comentário mais gentil que eu recebi foi grosseiro o suficiente para eu não querer nem lembrar. As pessoas me olhavam com aquele olhar de pena que normalmente é dado a pacientes terminais. Era incrível como todo mundo achava que ou eu seria pobre, ou infeliz, ou frustrada, ou não confiante o suficiente para tentar um “curso de verdade”, aquilo me magoava, eu não deixava transparecer, mas me magoava. Eu escolhi fazer um curso de licenciatura porque quando eu imagino o meu futuro, eu me vejo em uma sala de aula... E eu estou sorrindo. Provavelmente eu escolhi licenciatura porque nunca admirei nenhuma profissão tanto quanto admirei a do professor. Algumas pessoas admiravam astronautas, advogados, médicos, atrizes, cantores... Eu admirava professores. E é isso que eu quero ser, alguém que eu admiro, alguém que fará por alguém, aquilo que os meus professores fizeram por mim: Me ensinaram, acima de qualquer coisa, a ser uma pessoa melhor. E depois de tantos “Letras? Sério? Vai ser professora? Boa Sorte!”, eu posso responder que sim, muito mais feliz do que aquele estudante de direito ou engenharia frustrado porque faz o que dá dinheiro e não o que ama. Porque todo o mundo tem o hábito de achar que o Colégio é um inferno na Terra e outros exageros, mas, para mim, uma sala de aula, com toda a loucura, gritaria e loucura, é o lugar onde eu encontro paz.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Sessão 7 - Os livros & Eu.

A primeira vez que me apaixonei na vida foi por um livro. Eu vivi o amor, a beleza das coisas simples, os sonhos, a imaginação e a alegria nas páginas de um livro. Não que antes eu não conhecesse essas coisas, mas eu só passei a vivê-las pelos livros. Uma das razões de eu gostar de comprar livros novos é essa: gosto de pensar que serei o primeiro o amor de cada um dos meus livros, como eles foram (e sempre serão) os meus. E quando eu os leio, eu escrevo outra história junto com eles, a minha. Eu sempre vou lembrar de quando eu perdi a magia e, então, li Harry Potter. Do dia que chorei a noite toda porque Em e Chris nunca ficariam juntos para sempre, quando eu vi minha vida de cabeça para baixo e Mario Quintana sussurrou no meu ouvido palavras doces como o mel, o quanto que Clarice Lispector me ensinou sobre mim mesma, do dia que o marido da minha prima morreu e Fazendo Meu Filme chegou em minhas me tirando do mundo naquele momento, porque eu não conseguia lidar com a perda. Os livros são os meus melhores amigos, eles me ensinam, me acolhem, me abraçam e, onde quer que eu vá, estão comigo, me ensinando como ser alguém melhor, me mostrando quem eu sou, me deixando ter muitas vidas, mais vidas que um gato, mais vidas do que eu jamais esperei ter. É certo que algumas vezes, algumas pessoas pensam que eu vivo tanto através de livros que esqueço de viver a minha vida, estão erradas. Eu não faço isso. Porque minha vida se completa quando tenho um livro na mão, se entrelaçando e se misturando com as histórias. Meus Livros guardam segredos, guardam histórias, guardam momentos, guardam cheiros, sabores, minhas anotações, meus devaneios, guardam a mim. E outro tipo de livro que eu adoro é aquele dos sebos, com dedicatórias de alguém que eu não conheço para alguém que eu nunca vou conhecer. Esses me deixam ser parte da história que eu nunca conheceria, se não fosse por eles. Os livros mudaram o meu mundo e me salvaram. Porque é para isso que a Literatura existe, se não for muita megalomania da minha parte, pra me salvar de mim mesma.